Nós temos à nossa disposição, hoje, um arsenal de pequenas tecnologias capazes de alterar uma imagem registrada originalmente pela câmera fotográfica ou de filmagem. Com o auxílio de programas de computador, podemos gerar efeitos que a câmera não produziu no ato do registro. Bem, temos então que aprender a olhar as coisas com a consciência de que a imagem apresentada pode não ser rigorosamente aquela que o olho do fotógrafo viu. Parece tudo muito simples, mas esse talvez não seja um aprendizado nada simples. Há uma certa insistência nossa em aceitar a fotografia como a reprodução do real.
Mas se o real, ao ser registrado por uma câmera e alterado por técnicas digitais, não se configura mais como a versão original, então como pensar o real a partir dessa premissa? O olhar deve, portanto, aprender a admitir que a imagem exposta está sujeita a ser apenas uma possibilidade do real.
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